sexta-feira, 26 de junho de 2009

Camuflagem



É orgulho, orgulho é o que há em nós.
Quando imagino que já passou,
na verdade ainda mora em mim.
Só tento camuflar e me limito
a nada te dizer.

Nada falo,
disfarço tanto, que acredito.
Mais só em ver tua face,
sua presença destrói minha camuflagem,
seu cheiro mostra a minha verdadeira essência
e não te ter,
me leva ao desespero.

Parece loucura, me acho ridícula.
Mais ainda está em mim.
E é orgulho,
o que não me permite te dizer.
É medo o que me faz esconder.

E o único conselheiro meu,
passa a ser os versos.
Dos quais me permitem escrever,
na espera que você possa entender.

Tudo é chuva, tudo é cinza.
E em meus pensamentos
um “Raio de Sol” persiste,
e permanece em mim.

Mesmo que camuflado,
ainda brilha
e reluz quando te encontra.
Mesmo que quase nula
seja a minha esperança.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Fugir

É então o momento em que nos desligamos,
e vivemos só um sentimento.
E ficamos sensíveis aos sentidos.
As palavras então parecem doer mais que os atos,
e se tornam capazes de destruir seus desejos e anseios
com apenas seus significados.
É então quando as lágrimas parecem rasgar sua face,
e te fazer feridas e te trazer feridas.
Seus pensamentos viajam e insistem em te lembrar o que te feriu.
É então que descobrimos,
simplesmente descobrimos o que nem ao menos conseguimos dizer.
Mais que nos fere sem ao menos conseguirmos explicar.
É o que está lá e não sabemos explicar por qual motivo está.
É então que não conseguimos parar de pensar, olhar, sentir...
É então onde as coisas parecem não ter sentido, nem respostas.
Você se põe a fechar os olhos e fugir.
E a angustia maior é a de não conseguir fugir,
fugir dos nossos pensamentos.



quarta-feira, 10 de junho de 2009

Me desperta



Pior que sempre saímos como os maus feitores,
tudo isso até mesmo por dois dias faltados de um ano presente.
Eu tenho medo, medo da humanidade e do mundo que vêm e que é!
Eu choro e soluço a dor que tem a ironia daquela palavra,
e não me conformo com a atitude do ser humano quando contrariado.
O Tom das palavras se tornam más e monstruosas,
é a orquestra que magoa por sua incompreensão.
E fere a carne com as palavras, e os sentimentos com o seu tom.
Tenho medo da irônia hipócrita que o homem pode criar,
e da dor sem culpa que pode fazer acontecer.
Tudo isso me desperta medo,
me desperta até mesmo a raiva.
Me desperta mais angústia ainda
em saber que o inimaginável acontece,
e torna-se real na medida em que conhecemos a humanidade
e lembramos que somos humanos.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Soneto do Amor Total - Vinícius de Moraes

Amo-te tanto meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.


Amo-te enfim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.


Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.


E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Não Fulminante



É como se houvesse uma angústia que não nos permite conseguir chorar, e logo o choro que parece nos afligir tanto em alguns momentos nos parece ser exatamente a única maneira de nos sentirmos aliviados naquele momento, é engraçado como muitas coisas podem parecer ruins e as vezes tão boas. A momentos que imploramos pra chorar, e outros que não suportamos mais sentir lágrimas na face.

Sentimos uma angustia no peito, que parece estar no peito mais não está, e na verdade não doí lá, que parece nos dar um nó na garganta mais não engolimos nada, nos parece apertar o coração mais não estamos tendo nenhum infarto, não realmente não é um infarto!

É algo que doí entre o nó na garganta o acelerar do peito juntamente com o a dor e angústia que se sente naquele momento e que não nos deixa chorar ou nos faz chorar e nos perturba.

Aquela vontade de gritar o mais auto que poder até que suma a voz aos poucos com a tentativa de assim o nó que nos parece apertar solte.

E o mais ruim, quando tentamos achar maneiras de expressar o que está se passando, parece que nada quer fluir naquele momento, nem uma lágrima conseguimos derramar, e ideias pra um poema, nossa aí parece quase impossível! Nada parece querer ajudar a desamarrar o nó na garganta nem o que está apertando o peito. E mesmo assim não, não é um infarto!

O que é? Bom exatamente eu não sei, pode variar de um simples dia ruim até uma paixão desenfreada, pode ser uma qualquer não qualquer coisa, mais que naquele momento ou em vários momentos está nos fazendo sentir todas essas sensações e que machucam mesmo não sendo um infarto, e não realmente não é um infarto! Mais sim doí muito!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Veja só


Veja só,
escrevo essa palavra e nela fico,
pois tento exprimir algo que sinto.
E isso parece tão difícil.
Escrevo essa palavra em um papel,
na tentativa de criar doces respostas.
Mas me abalo ao escrever,
escrever exatamente do que não me deixa escrever.
Mais mesmo assim escrevo.
Veja só,
escrevo essa palavra e nela fico.
Na tentativa de ver algo,
e nada enxergo.
Escrevo essa palavra em um papel,
na tentativa de não estar só.
E mesmo assim estou.
Veja só.